O Signo de Balança
“É um signo de estabilização, de cuidadosa apreciação de valores e obtenção do equilíbrio correcto entre os pares de opostos. Poderia ser considerado como o signo em que aparece a primeira visão real do Caminho e a meta para a qual o discípulo deve dirigir finalmente os seus passos. Este é o Caminho estreito do fio da navalha que passa entre os pares de opostos, o qual – para ser trilhado em segurança – requer o desenvolvimento de um sentido de valores e o poder para utilizar correctamente a faculdade analítica equilibradora da mente.” (Astrologia Esotérica, p. 227)
No trajecto aparente que o Sol realiza anualmente sobre a Esfera Celeste (Elíptica), há dois momentos em que se cruza com o Equador Celeste, em Março e Setembro. Em Março, o Equinócio [aequus (igual) e nox (noite)] marca o início da Primavera no Hemisfério Norte e do Outono no Hemisfério Sul. Em Setembro ocorre o inverso, assinalando o Equinócio o início do Outono no hemisfério Norte e da Primavera no hemisfério Sul. Nessas ocasiões, o dia e a noite têm a mesma duração, encontrando-se perfeitamente equilibrados.
É perto do Equinócio que se manifestam as energias de Balança (23 de Setembro – 22 de Outubro). Justamente o equilíbrio, ou a busca dele, é aquilo que mais caracteriza aqueles nascidos com o Sol ou o Ascendente em Balança. Com esta energia, tudo deve ser devidamente ponderado antes de ser executado. É o signo das relações humanas correctas que, exactamente, exigem compreensão justa do outro, reciprocidade de tratamento e partilha inteligente e amorosa.
O que foi iniciado em Carneiro, oposto polar de Balança, tantas vezes de maneira abrupta, é pesado e avaliado karmicamente em Balança. Daí o não haver precipitação de alguma espécie em Balança. É preciso tempo para julgar o que foi feito. Mas, por vezes, o excesso de julgamento pode paralisar o indivíduo de Balança, que fica preso na indecisão. Um outro aspecto, relativamente fácil de encontrar em Balança, é a falta de independência e coragem, atributos que sobram em Carneiro.
O regente exotérico de Balança é Vénus. Na astrologia exotérica, Vénus rege os relacionamentos pessoais, por natureza dependentes. Na astrologia esotérica, Vénus manifesta a energia do quinto raio que rege a mente concreta e é responsável, quando utilizada com consciência, por processos finos e apurados de discriminação e escolha, muito úteis no trabalho da ciência.
O regente esotérico de Balança é Urano. Urano governa a consciência grupal e, por isso, é muito importante na vida dos grupos. As relações humanas correctas, para verdadeiramente o serem, especialmente num contexto grupal, devem ser pautadas pela tónica da impessoalidade. Falar de impessoalidade é necessariamente tocar a natureza essencial da alma. A alma move-se não por questões pessoais, mas sim por aquilo que é melhor para todos. Urano é essa consciência. É uma energia do sétimo raio, favorecendo o trabalho intuitivo, ritual e ordenado, trazendo o Espírito à Terra, especialmente no contexto de relações grupais.
As energias de Balança, vividas ao nível da alma, têm como propósito maior o estabelecimento de relações humanas correctas com todos os seres.