Diferentes Tipos de Meditação

Tipos de Meditação
Alguns Aspectos e Atitudes

 

Michal J. Eastcott
Antes de pensar  sobre algumas das coisas que podem contribuir para os processos de
meditação, deve ser entendido que somos todos indivíduos – cada um com os seus modos e
preferências diferentes, através dos quais fazemos as coisas naturalmente melhor.
Vale a pena tomar nota disto pois o que pode ser útil a uma pessoa pode não o ser para outra,
e não devemos pensar que todas as coisas defendidas por pessoas que falam de meditação com
conhecimento são necessariamente de muita ajuda no nosso caso.
Isto aplica-se desde o início, com a preparação, tal como escolher o local para meditar. Nem
sempre temos muita escolha neste âmbito, mas podemos tirar o maior proveito da situação e,
depois de experimentar e chegar à melhor conclusão, aceitá-la pelo menos enquanto não surgir
melhor solução.
Um ponto prático seguinte é que enquanto a meditação é essencialmente uma ‘disciplina’,
muitos de nós não nos estamos a treinar para ser ‘yoguis’. Somos simplesmente indivíduos a
tentar usar as nossas mentes ou as potencialidades subjectivas, o melhor que sabemos. Daí
que precisemos de escolher tanto o lugar como a posição nos quais nos sintamos confortáveis e
relaxados. Por exemplo, não é necessário sentar de pernas cruzadas num chão duro para
meditar com eficácia – pode ser uma boa maneira para alguns, mas para outros pode ser
contraproducente, dando azo a tanto desconforto que somos incapazes de nos concentrar e
fiquemos sobretudo preocupados com o tempo que seremos capazes de continuar sentados
nessa posição!
Isto é um pobre substituto para meditar serena e criativamente. Por isso, usem uma almofada
se quiserem, ou sentem-se numa cadeira adequada para vós. É melhor sentar-se direito, se for
possível, e numa posição estável mas relaxada, de modo que não exista tensão e as energias
estejam libertas. Lembrem-se disso à medida que meditarem, pois o corpo físico tende muitas
vezes a ficar rígido, o que interfere com o livre fluxo das correntes através dos nossos vários
sistemas.
Contudo, estes pontos são somente preliminares e aos quais não se deve dar muita atenção; o
nosso objectivo está noutros campos. Aqui e de novo, temos de descobrir o método de
meditação que não só nos diz algo como nos dá a forma de executar o nosso propósito
específico, por exemplo, a integração ou cura pessoal, a cura de outros, o desenvolvimento de
determinadas qualidades, as necessidades do mundo, etc.
Não é possível entrar em detalhe nos muitos e variados métodos de meditação neste curto
artigo, mas não é difícil encontrar informação sobre eles. Em resumo, existem as seguintes
categorias:
A meditação pode ser reflexiva, isto é, dada principalmente (após o alinhamento inicial)
à observação mental, contemplação e formulação de pensamento sobre o assunto
escolhido.
Pode ser receptiva, a qual envolve aprendizagem para se tornar passivo, mas não
negativo, e adoptando uma espécie de audição ‘inquiridora’.
2
A meditação pode tomar a forma de Oração e inclui vários modos de apelo, tanto para
outros como para nós próprios. É a abordagem do coração – enquanto a reflexão é
esfera de acção da mente. Ela inclui o uso correcto da devoção e da dedicação, e a
visualização é muitas vezes proveitosa em associação com a Oração. Muitos outros
métodos de aproximação espiritual  também podem ser úteis – tais como os rituais que
têm sido praticados durante muitos séculos no cristianismo e noutras religiões. Um
exemplo é fazer o sinal da cruz; este costume é antigo, com o qual alguns, e não só os
de tradição católica, sentem como uma ajuda. Este costume pode ser vitalizado e ser-lhe
dado mais significado juntando a acção com a técnica mais nova da visualização positiva,
visualizando o significado dos braços vertical e horizontal da cruz.
Existe também o método da Invocação, no qual usamos coração e mente e também a
energia da vontade – da vontade-de-bem. Ela inclui o apelo ou a “exigência” de que os
objectivos mais elevados da nossa meditação e afirmação se realizem.
A meditação criativa combina todos estes métodos. Isto pode parecer uma meta difícil de
atingir, mas, com um pouco de paciência de início, depressa nos acostumamos aos diferentes
tipos de meditação e descobrimos a forma ou formas mais adequadas que tenhamos escolhido
e que nos dá uma rotina útil. Cada uma precisa de ser estudada e praticada em separado no
início, de modo que alcancemos uma compreensão do que cada uma contribui por si mesma. *
É sempre muito importante ter um objectivo para a meditação – saber por que e com que fim
queremos meditar. A verdadeira meditação é sempre criativa e eficaz de algum modo – tão
certo como o toque da mão tem o seu efeito sobre qualquer substância fisicamente sensível.
Esta pequena analogia ilustrará também a responsabilidade da meditação, pois, tal como todos
sabemos, o pensamento pode ser tanto prejudicial como útil; pode destruir a confiança,
despojar ideais, negar e desintegrar ideias, aspirações e objectivos, e a sua propensão para a
crítica é bem conhecida. Necessitamos de recordar isto porque à medida que o nosso poder de
focalização aumenta, também aumenta a necessidade de integridade absoluta.
Os poderes superiores do pensamento residem dentro da área da alma e coisas como a
percepção verdadeira, a intuição, a inspiração, a revelação e a iluminação só podem ocorrer
quando o veículo através do qual elas alcançam as nossas células cerebrais e consciência
estiver suficientemente purificado e limpo. É compreensível que tenhamos de oferecer um
veículo com vibração adequada de modo a transmitir estes vislumbres da realidade ao
mecanismo dos nossos cérebros.
Claro que não podemos fazer isto ao mesmo tempo. A transmutação e a elevação, associadas à
meditação e com estados tais como os acima mencionados, são longos e um teste, mas tê-los
claramente em mente é um primeiro passo construtivo.
À medida que continuamos, a meditação segundo estas linhas traz-nos, com completa
racionalidade, o que está em “cima” para o que está em “baixo”. As correntes podem tornar-se
conhecidas, as formas-de-pensamento podem tornar-se realidade e, tal como os padres e os
profetas há muito proclamaram, os caminhos de Deus podem tornar-se conhecidos, em certa
medida.

 Spiritual Approach no original, que contém os sentidos de Aproximação, Abordagem, Perspectiva Espiritual
Este artigo foi publicado pela primeira vez no © Communiqué, no II, Maio de 1993

NA NOVA ERA, A NOTA-CHAVE DO PROGRESSO DO ASPIRANTE SERÁ O
AMOR DA HUMANIDADE

Copyright © The Sundial House Group & Grupo Internacional para a Meditação Criativa
(Edição do GEM autorizada para a língua portuguesa)
*
Estes diferentes métodos de meditação estão melhor explicados no Caderno 1 do Curso de Formação de
Meditação Criativa Grupal, publicado pelo Sundial House Group e pelo GEM.