Porquê Praticar

Porquê Praticar

Antes de sabermos como praticar o yoga devemos querer compreender porquê praticar. Respondamos a esta questão exemplificando através das motivações que levaram muita gente a enveredar por esta via.
Sobretudo no mundo ocidental, muitos são aqueles que buscaram esta senda por motivos de saúde fí­sica ou psí­quica: doenças dos aparelhos circulatório, respiratório ou digestivo e respectivos órgãos associados, doenças dos sistemas nervoso ou glandular, nevroses e outras doenças ou sintomas do foro psicológico. Porém, cuidado, porque um bom médico é mais fácil de encontrar no nosso paí­s do que um bom instrutor de yoga. Além disso, conhecemos poucos médicos praticantes ou com conhecimentos de yoga, situação que lamentamos profundamente, pois ambos os campos beneficiariam desta salutar simbiose. Deste modo, procure-se um bom instrutor, usando o bom senso e a intuição, e pratique-se o yoga como um preventivo e uma forma de manter a saúde em geral.
Alguns há que tentam encontrar nesta disciplina uma resposta a perguntas tais como o que é a vida, o que é o corpo humano, o que é a Natureza ou a matéria, o que é o Universo, o que é ou quem é Deus ou Ishvara, quem sou eu. Poderemos considerar que tentam penetrar pela ala filosófica que o yoga possui.
Aqueles que sabem o que é meditar e anseiam realizar esta prática diariamente são, por certo, pessoas que mais facilmente atingirão a consciência plena dos objectivos essenciais do yoga. Lançam-se usualmente com afinco, aprendem a técnica – que possui um rigor cientí­fico – e é frequente não necessitarem de muitos anos para conseguirem uma expansão de consciência notória.
As preocupações de í­ndole espiritual ou religiosa também são frequentes nos discípulos yoguines. Se são crentes de alguma religião em particular, ou compreendem a dualidade espí­rito-matéria, ou anseiam por uma via mí­stica, então eles buscam a união com o Eu superior, ego ou alma, pela fusão das naturezas física e espiritual. Se são confessos ateus ou anti-religiosos aprendem a melhor afirmar as suas convicções, tornam-se muito mais tolerantes com aqueles que não partilham as suas posições, evoluem pela linha do tudo é matéria e acabam por concluir um belo dia que a identidade da matéria é a identidade do espírito, que a Natureza, ou o Universo, ou a Vida, são diferentes designações de uma Unidade a que outros chegam a atribuir ainda outros nomes.
Todavia, quer os primeiros, quer os segundos, seguem vias paralelas cujos destinos são idênticos, sobretudo quando se cansam da podridão ou da insipidez da vida materialista, ou quando a morte de algum familiar querido os atordoa, ou se mostram insatisfeitos com os aspectos exteriores da religião que professam, ou se interrogam sobre a má sina de alguma pobre alma de vida exemplar.Vale a pena explicar o porquê das considerações acima, pois o yoga não constrói crentes nem defende qualquer religião em particular. A prática do yoga ensina – e o discípulo pode comprová-lo mais tarde ou mais cedo – que a matéria procede da energia e a energia, mesmo potencial ou latente, é também matéria. O yoga propõe o trabalho da energia da mente, sabendo que há uma só vida que penetra todo o Universo. O yoguine cria assim um estado de espírito que o põe em relação com os seres e as coisas que o rodeiam e com o próprio Universo, o que lhe dá uma imensa felicidade. Surge, então, a redescoberta do verdadeiro significado da religião, que nada tem a ver com certos conceitos obsoletos e materialistas ou com deformadas convicções religiosas, infelizmente tão habituais. Porque religião vem do latim religare, tornar a ligar ou unir. Recordemos a raiz yuj de yoga. Por isso, todas as doutrinas ou filosofias elevadas, como o yoga, auxiliam o homem a ligar-se, a afinizar-se ou a harmonizar-se, isto é, constituem os alicerces da instauração das justas relações humanas. Quer dizer, é frequente o yoguine não tardar em compreender que não existem religiões a separar os homens, mas uma só Religião Universal, que persiste bem dentro de cada uma delas em particular, porque a Famí­lia Humana é só uma em todos os seus diferentes aspectos da manifestação.
Vamos terminar esta análise sobre o porquê praticar, discriminando alguns dos resultados ou efeitos mais frequentes durante a prática do yoga:·       descontracção perfeita, isto é, com o cérebro simultaneamente em estado de alerta;

·       conquista de um estado de espí­rito baseado em segurança de si próprio, paz consigo próprio e com os outros, felicidade manifesta;

·       defesa, do interior, contra doenças várias e melhoria geral do organismo, auxiliando-o na defesa contra vírus;

·       formação de um homem (personalidade) integral;

·       desenvolvimento da riqueza e do poder cerebrais;

·       melhoria da concentração e da memória;

·       forma de evitar acções automáticas, palavras e pensamentos irreflectidos;

·       cosmogenização ou inclusividade, isto é, entrada em contacto consigo próprio e com a Natureza, o que leva à harmonia com os outros e consigo;

·       ensino do “segredo” da cadência individual, o que permite o abandono do ritmo alucinante dos minutos e dos segundos, do “stress”;

·       capacidade de obtenção de um estado de espírito de elevação espiritual, religioso;

·       total desenvolvimento da liberdade pessoal;

·       revalorização do comportamento em relação aos outros e, especialmente, em relação a si próprio;

·       respiração correcta, obtendo-se uma sensação de vida mais intensa, uma saúde melhor, uma muito maior consciência de si, do seu corpo e espírito;

·       fácil concentração da mente sobre um determinado ponto ou aspecto durante tempo indeterminado;

.       despertar dos centros de energia, os centros etéricos ou chakras.