Concentração
Um pré-requisito para uma Meditação Focada
“É melhor definir exactamente o que vamos fazer antes de nos sentarmos, e depois dizermo-nos de forma determinada: Vou orientar a minha mente para este assunto ou aquele durante um quarto de hora e não tenho mais nenhuma preocupação durante esse tempo.” Imagina-te a fazer isto antes de começares.
Concentração – Uma abordagem à Meditação, de Ernest Wood
Preâmbulo
Não será possível estarem agora muitos milhares a ponto de coordenar o cérebro, a mente e a alma, transpondo deste modo o portal da percepção mental até ao reino da luz, da percepção intuitiva, e do mundo das causas? Os conhecedores afirmam que podemos e explicam-nos o caminho”.
Do Intelecto à Intuição, de Alice A. Bailey, pp. 180-1
Sobre o silêncio na meditação
O silêncio deve ser definido com cuidado, porque existem vários tipos de silêncio. O tipo seguro e verdadeiro de que necessitamos é o silêncio positivo, isto é, a manutenção de uma quietude interior positiva para o período desejado, no qual eliminamos tanto quanto possível toda a actividade espontânea da mente.
Esta fase do silêncio é uma condição necessária para receber e registar influências mais elevadas. Alguém tentando alcançar este silêncio interno, escreveu acerca dele da seguinte forma divertida: “Eu estava em meditação profunda e sabia que tinha alcançado um lugar bastante límpido e lúcido e – como um relâmpago, apareceu o pensamento – ‘Eu sei que estou num lugar interior, bastante real e, no entanto, estou surdo e cego, não vendo nem ouvindo coisa alguma’. Uma fracção de segundo depois, chega uma espécie de resposta cheia de humor – ‘se estivesses também mudo, possivelmente podias ver e ouvir’.
Formação em Meditação Criativa de Grupo: Curso 1, Caderno 3, pp. 6-7
Este documento é particularmente interessante para quem nunca ou quase nada meditou. Com o tempo e a prática, ultrapassaremos depressa as dificuldades sentidas. Para terminar, vamos agora transcrever abaixo o que foi preparado em 2013 no âmbito do Grupo Sundial House e do Grupo Internacional para a Meditação Criativa.
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Trabalhando reflectivamente com um Pensamento-Semente
Um primeiro requisito para desenvolver a arte de pensar é prestar atenção redobrada ao próprio processo de pensar, por exemplo, reparar imediatamente quando o seu curso começa a desviar-se, quer por influência de reacções emocionais, quer por atitudes mentais pré-concebidas, ou – como normalmente acontece – por resposta ao processo de associação mecânica, que conduz a mente através de uma série de assuntos semelhantes até a um ponto bastante distante daquele onde se começou.
O segundo requisito é a persistência – ficar a pensar nisso. Aqui acontecem algumas coisas curiosas. A princípio, após alguns minutos de reflexão, estamos certos que o assunto se esgotou, que não há mais nada a pensar. Mas se persistirmos para além deste período vazio e continuarmos a reflectir, começamos a descobrir outros aspectos não percepcionados; podemos até perceber que aquilo que no início parecia uma escassez de conteúdos é, de facto, uma sobre-abundância…
Formação em Meditação Criativa de Grupo: Curso 1, Caderno 2, p.14
Uma maneira para começar a trabalhar com um Pensamento-semente:
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Vais precisar de uma folha de papel grande
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Algo com que escrever, podes optar por usar cores (especialmente se aparecerem imagens)
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Um lugar tranquilo para trabalhar durante 10-15 minutos
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Faz este exercício diariamente ou 3 – 4 vezes por semana de forma regular durante um mês
Escreve num papel o pensamento-semente com que estás a trabalhar.
Pensa sobre toda a frase, ou toma uma palavra ou uma parte da frase e reflecte sobre ela – tenta compreendê-la, considera as suas implicações. Podes querer fazer isto no contexto da Lei ou Princípio que estiveres a estudar.
Escreve todos os pensamentos ou ideias que te ocorram.
Volta à frase inicial e considera-a novamente, dentro da mesma perspectiva ou noutra.
Toma nota de quaisquer novas considerações.
Continua a reflectir assim por alguns minutos. Sempre trazendo gentilmente a atenção de volta à frase ou palavra inicial com a qual decidiste trabalhar.
Finalmente, revê o que escreveste.
Repara se alguma coisa em particular chama ou prende a tua atenção. Isto será aquilo que te chama para o teu próprio caminho espiritual, iluminando a tua conexão aos princípios espirituais.
Escreve-o no teu diário espiritual.
Podes escrever este tema numa frase para partilhares com os outros?
Poderás gostar de tomar esta afirmação resumida das tuas considerações numa meditação criativa.
É recomendável trabalhar um determinado pensamento-semente durante pelo menos sete dias ou um mês. Se a qualquer momento achares que esgotaste todas as tuas ideias acerca do tema, podes considerar útil fazer outras leituras sobre o tema (investigar mais sobre o tema). Utilizar um dicionário ou tesaurus para procurar palavras-chave também pode estimular o desenvolvimento de novos padrões de pensamento.
Regista no relatório mensal o teu desenvolvimento ou problemas.